Vícios e Virtudes

Sim, sou paciente de cannabis medicinal. Sofro de Transtorno do Espectro Autista – TEA [recentemente diagnosticado], sou ativista de várias pautas sociais [sim, é uma doença, sabia não?] e sofro de variações bruscas de níveis de serotonina e outros neurotransmissores, o que gera picos intercalados de ansiedade e depressão. Essa variação binária é basicamente o que muitos avaliam como bipolaridade e que os remédios convencionais não conseguem curar [será que eu não teria que tomar lítio??? sério! não!].

Ser incapaz de curar não é o único limite dos remédios sintéticos que tomamos. São justamente essas merdas que nos escravizam. No seu bate bola com nossos componentes químicos, mandam um passe de desaceleração para domínio da depressão, que retribui com uma bomba de estimulante antidepressivo para a ansiedade engatar um ansiolítico de trivela, gol!! [ééééééééééééé] Da indústria farmacêutica!!!

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Um Dia Especial?

Hoje foi um dia especial, mas também muito triste. Sabem, indígenas do Brasil estão no topo da lista dos povos originários mais excluídos e subjugados do mundo, por serem minoria, devido justamente à tentativa de seu extermínio e pelo caráter pútrido do colonizador e de seus descendentes. É o caso quase ignorado de muitos países pós-coloniais de regiões apropriadas pelos Europeus entre os séculos XV e XVIII, dentre eles, os americanos.

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Epidemias e Finitude na História do Islã

Mohammed Nadir

We doctors are sometimes inclined to regard preventive medicine as a recent, sophisticated specialty, relating to vaccination, innoculations, and other highly specific and scientific procedures. But in fact people have been taking precautions against possible illness and disaster since the dawn of time.”[2]

É unanime que a pandemia do Covid-19 metamorfoseou nossa maneira de ser e estar no mundo. Porém isso não faz e não fará dela um fato transformador da história da humanidade, tendo em conta a concepção braudeliana das mudanças estruturais que acontecem na história.

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O Cientista e o Opinista

Vivemos em um momento de incremento das interações virtuais e diminuição de contatos com espaços físicos, em que fronteiras institucionais e noções de pertencimento e competências são menos claras. Não é a toa que diuturnamente nos deparamos com situações de desvio de funções e atuação para além de suas atribuições originais de governantes, magistrados, militares, promotores, legisladores, gestores públicos, jornalistas, etc. Tem-se a noção de que ninguém mais respeita os limites de suas funções, em um misto de necessidade constante de exposição e surto onipotente que assume que por alguma razão tudo pode. A internet premia tais comportamentos. Valoriza, como opinião e notícia, a forma, a retórica, a diversão, a lacração, em detrimento da profundidade, confiabilidade e coerência. Cientistas, como eu (sim, me considero um e já digo por que), são eficazes em acusar o deslocamento de funções que instituições e personalidades públicas assumem no momento, mas ignoram o seu próprio comportamento desviado. Afinal de contas, somos cientistas ou opinistas?

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Em Meio à Tormenta

O cansaço físico e mental não é mais novidade em meio à grande crise sanitária que estamos vivendo atualmente. Como vocês estão? Indo. Indo, sim, mas não sabemos muito bem para onde. O que vocês já tiraram de lição nesses dias de quarentena? Nós temos algumas reflexões que gostaríamos de compartilhar e deixar registrado para, oxalá, lermos em um futuro próximo e aprender tanto ou mais, apesar de tudo.

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Universidade Sitiada

Nesses tempos obscuros, parece chover no molhado sair em defesa da Ciência e do pensamento crítico, a razão de ser da Universidade. No entanto, não podemos aceitar que, pela repetição, a excrescência se torne banal e nos vença no cansaço de pensar em criticar o turbilhão de insanidades impensáveis que nos atinge diariamente. Não nos enganemos pelo costume com a nova realidade de ataques rotineiros: Universidade está cada vez mais sitiada, em direção às ruínas.

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AYOM – O Som do Universo

Das noites do tempo sopram ensinamentos dos ancestrais que se manifestam no que somos e no que podemos ser. Os ciclos da vida e do universo são interpretados e traduzidos de diversas formas, por diversas sociedades. A diversidade de interpretações artísticas, filosóficas, científicas e religiosas ajudam a entender o que somos, onde estamos e para onde vamos. Indicam, ao mesmo tempo, a Unidade presente em todos nós, manifesta de forma variada e mutável.

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