Vícios e Virtudes

Sim, sou paciente de cannabis medicinal. Sofro de Transtorno do Espectro Autista – TEA [recentemente diagnosticado], sou ativista de várias pautas sociais [sim, é uma doença, sabia não?] e sofro de variações bruscas de níveis de serotonina e outros neurotransmissores, o que gera picos intercalados de ansiedade e depressão. Essa variação binária é basicamente o que muitos avaliam como bipolaridade e que os remédios convencionais não conseguem curar [será que eu não teria que tomar lítio??? sério! não!].

Ser incapaz de curar não é o único limite dos remédios sintéticos que tomamos. São justamente essas merdas que nos escravizam. No seu bate bola com nossos componentes químicos, mandam um passe de desaceleração para domínio da depressão, que retribui com uma bomba de estimulante antidepressivo para a ansiedade engatar um ansiolítico de trivela, gol!! [ééééééééééééé] Da indústria farmacêutica!!!

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Um Dia Especial?

Hoje foi um dia especial, mas também muito triste. Sabem, indígenas do Brasil estão no topo da lista dos povos originários mais excluídos e subjugados do mundo, por serem minoria, devido justamente à tentativa de seu extermínio e pelo caráter pútrido do colonizador e de seus descendentes. É o caso quase ignorado de muitos países pós-coloniais de regiões apropriadas pelos Europeus entre os séculos XV e XVIII, dentre eles, os americanos.

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Ciência e Conhecimento no Mundo Digital

por Igor Castellano e Gabriela Schneider

Certamente você já deve ter se deparado com termos como “Era do Conhecimento”, “Era da Informação” e “Era das Redes”. Esses conceitos são frequentemente utilizados para compreender muitos aspectos do mundo contemporâneo. No entanto, é essencial desvendar o verdadeiro significado por trás deles. Na realidade, esses conceitos emergiram devido à nossa inserção na Era, no mundo, Digital. Esta era em que vivemos é caracterizada por uma notável descentralização de redes de comunicação, composta por núcleo de potentes processadores computacionais. É por esse motivo que podemos também afirmar que vivemos na Era da Informação, uma época marcada pela disseminação de informações. No entanto, essa profusão de informações não necessariamente resulta na produção e difusão equivalentes de conhecimentos relevantes.

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A Pandemia do Ensino a Distância

Concordemos ou não, o ensino a distância veio para ficar. A expansão do alcance, velocidade e processamento de dados devido a avanços em tecnologias de informação e comunicação é uma marca de nosso tempo e impacta todas as esferas de nossas vidas. Na educação não é diferente. O uso de internet, documentos digitais, ebooks, periódicos científicos de acesso livre, bancos de dados on-line, documentários, filmes, entrevistas têm rompido fronteiras na educação e nas indissociáveis esferas do ensino, pesquisa e extensão. Particularmente, sou entusiasta de tudo isso. Além de ter tido breve experiência com docência em curso totalmente a distância, tenho aplicado em disciplinas de cursos presenciais atividades e recursos semipresenciais, conforme possibilidade e limites legais. Fato é que ferramentas de ensino a distância via recursos da internet serão cada vez mais presentes em processos de aprendizado. Mas essa constatação está longe de ser livre de grandes problemáticas. Sustento aqui que são três as principais: como, em que velocidade e para quem essa sistemática de aprendizado será adotada.

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A Ciência do Glamour

A cada dia que passa, tenho a impressão de que o sistema de formação de pesquisadores e avaliação da pesquisa científica no Brasil é fundado no incentivo à priorização do glamour acadêmico em detrimento da qualidade do trabalho desenvolvido. Tanto em nível de formação acadêmica de pós-graduandos (dissertações e teses) quanto na avaliação da qualificação de produções científicas, pecamos em sobrevalorizar o prestígio e o status.

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A Vida por Trás da Pesquisa

Todo artigo científico (ou grande parte deles) carrega uma história que normalmente não é contada. Para quem não é da área acadêmica talvez não seja fácil compreender o trabalho árduo que existe por trás de uma publicação.  Vou contar brevemente a história do artigo que Igor Castellano e eu publicamos recentemente na Revista Caderno de Relações Internacionais, intitulado “Direitos Humanos e Hegemonia: origens e alternativas ao universalismo”.

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Escultura, Ensino e o Campo Ampliado

No século I d.C. quando Plínio escreveu História Natural, o livro que contém a maior parte das informações que temos sobre os artistas gregos, encontramos uma tríplice divisão das artes plásticas. Na antiguidade eram chamadas fusoria, plastica e scultura, sendo a fusoria a arte de fundir o metal, plastica a arte de modelar a argila ou cera e scultura a arte de trabalhar a pedra.  Entretanto, conforme Rudolf Wittkower, foi somente na primeira década do século XV, durante o período do Renascimento, que tivemos as primeiras consolidações das artes que hoje chamamos de visuais, como área do conhecimento. 

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Mídia e Segurança Pública

O debate social e acadêmico sobre segurança pública no Brasil tem se tornado cada dia mais intenso, seja em âmbito nacional, regional ou local (municipal). Diversas áreas do conhecimento parecem estar preocupadas com o futuro das políticas de segurança pública no país. Basta verificar a importância que se tem dado ao tema nos congressos e seminários acadêmicos das mais diversas áreas, como Sociologia, Direito, Relações internacionais, Estudos de Defesa, Educação, entre outros. Além disso, nunca se ouviu falar tanto em segurança pública na mídia como atualmente. No entanto, há ainda poucos trabalhos científicos que abordem o tema da segurança pública de forma ampla no campo da Comunicação, em especial vinculados à comunicação midiática.

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Juiz das Garantias, para quem?

Sustentei na minha dissertação de mestrado, defendida em 2014, que os problemas que surgem no processo penal são reflexos históricos de uma sociedade em transformação. As marcas de desigualdade social, pobreza, miséria, discriminação, exclusão que foram sendo deixadas ao longo da trajetória social brasileira ainda são tarefas importantes para serem debatidas e superadas. Elas também precisam ser reconhecidas no escopo do processo penal, já que o reflexo dessa história repercute na esfera criminal – o que pode ser nitidamente visualizado no atual sistema carcerário brasileiro.

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AYOM – O Som do Universo

Das noites do tempo sopram ensinamentos dos ancestrais que se manifestam no que somos e no que podemos ser. Os ciclos da vida e do universo são interpretados e traduzidos de diversas formas, por diversas sociedades. A diversidade de interpretações artísticas, filosóficas, científicas e religiosas ajudam a entender o que somos, onde estamos e para onde vamos. Indicam, ao mesmo tempo, a Unidade presente em todos nós, manifesta de forma variada e mutável.

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