Vícios e Virtudes

Sim, sou paciente de cannabis medicinal. Sofro de Transtorno do Espectro Autista – TEA [recentemente diagnosticado], sou ativista de várias pautas sociais [sim, é uma doença, sabia não?] e sofro de variações bruscas de níveis de serotonina e outros neurotransmissores, o que gera picos intercalados de ansiedade e depressão. Essa variação binária é basicamente o que muitos avaliam como bipolaridade e que os remédios convencionais não conseguem curar [será que eu não teria que tomar lítio??? sério! não!].

Ser incapaz de curar não é o único limite dos remédios sintéticos que tomamos. São justamente essas merdas que nos escravizam. No seu bate bola com nossos componentes químicos, mandam um passe de desaceleração para domínio da depressão, que retribui com uma bomba de estimulante antidepressivo para a ansiedade engatar um ansiolítico de trivela, gol!! [ééééééééééééé] Da indústria farmacêutica!!!

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Em Meio à Tormenta

O cansaço físico e mental não é mais novidade em meio à grande crise sanitária que estamos vivendo atualmente. Como vocês estão? Indo. Indo, sim, mas não sabemos muito bem para onde. O que vocês já tiraram de lição nesses dias de quarentena? Nós temos algumas reflexões que gostaríamos de compartilhar e deixar registrado para, oxalá, lermos em um futuro próximo e aprender tanto ou mais, apesar de tudo.

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A Poesia do Rock #ROCKPoetry

Para onde foi o Rock? Sumiu das rádios, da TV, da linguagem da juventude. Lembro bem como cresci cercado pelo apelo à música, vindo de rádios, como a Ipanema FM e 107 PopRock, e da MTV. Naquela época, anos 1990, vivíamos a padronização musical produzida pela enxurrada de recursos das grandes gravadoras nas emissoras de TV e rádio que nos deixavam à mercê da escolha das emissoras e sua lista de artistas que pagavam jabá. Por outro lado, a projeção de bandas de rock era incrivelmente maior. Se alcançasse uma grande gravadora, ganhava o mundo. E com isso, projetava a narrativa crítica do Rock n’Roll, o estímulo à reflexão e à ação. Se, na época, eu nem percebia algumas dessas bandas como Rock de verdade (confesso que fui um purista durante anos), hoje sinto a sua falta no cenário musical. Vejo a juventude marcada pela cultura Pop, pelo extravasar da diversidade e liberdade sexual. Mas essas pautas são muitas vezes socialmente descoladas, fundadas na autoafirmação e identidade particular e não da cultura crítica de massa que agrega diferentes classes, raças, gêneros e países. 

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Escultura, Ensino e o Campo Ampliado

No século I d.C. quando Plínio escreveu História Natural, o livro que contém a maior parte das informações que temos sobre os artistas gregos, encontramos uma tríplice divisão das artes plásticas. Na antiguidade eram chamadas fusoria, plastica e scultura, sendo a fusoria a arte de fundir o metal, plastica a arte de modelar a argila ou cera e scultura a arte de trabalhar a pedra.  Entretanto, conforme Rudolf Wittkower, foi somente na primeira década do século XV, durante o período do Renascimento, que tivemos as primeiras consolidações das artes que hoje chamamos de visuais, como área do conhecimento. 

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O Recomeçar do Compositor

O compositor é um eterno parteiro de emoções. Dá corpo, vida e autonomia a obras que não esperam a maioridade para se emancipar. Já nascem do mundo, seja ele grande ou pequeno. Quem ouvir detém para si parte da tutela. Assume a criatura e a revigora com suas próprias experiências e vivências. A integra em novas emoções, em novos significados. A melodia, a harmonia e a poesia musicais deixam de pertencer ao seu criador, se é que um dia dele foram.Essa é a beleza da interação que constitui o compositor.

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AYOM – O Som do Universo

Das noites do tempo sopram ensinamentos dos ancestrais que se manifestam no que somos e no que podemos ser. Os ciclos da vida e do universo são interpretados e traduzidos de diversas formas, por diversas sociedades. A diversidade de interpretações artísticas, filosóficas, científicas e religiosas ajudam a entender o que somos, onde estamos e para onde vamos. Indicam, ao mesmo tempo, a Unidade presente em todos nós, manifesta de forma variada e mutável.

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