Muitos profissionais ascendem com a tragédia. Não por oportunismo, mas justamente pela particularidade da sua vocação. Jornalistas que cobrem tragédias, crises e guerras acabam ascendendo em sua profissão. Políticos que enfrentam grandes crises com convicção e serenidade, guerreiros que travam batalhas cruciais para defender projetos políticos e vidas, profetas que se tornam mártires pelo seu sacrifício, voluntários que largam tudo o que fazem para colocar a sua vida em segundo plano e ajudar o próximo. Todos são bons exemplos de como podemos transformar a nossa força e vocação em recursos para a superação individual e amparo coletivo. São heróis reconhecidos e anônimos, cuja imagem e legado significam a força que temos para a superação de nossos traumas.
A capacidade de nos reconstruirmos no desespero sempre encantou a filosofia e, posteriormente, as ciências humanas e sociais. São várias as razões para isso ocorrer, mas uma delas é mais relevante para a moral social. O ato de erguer heróis é sempre uma compensação, uma homenagem para honrar os nossos que se foram ou que perderam tanto. E importa muito quem são os nossos e como serão lembrados.
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